sexta-feira, 10 de julho de 2015

Conto de Terror #2

As luzes da cidade esta madrugada estavam mais coloridas que o usual e mesmo assim tudo continuava em densa escuridão, mas nada estava mais denso do que o turbilhão de pensamentos que atingiam a mente de Alex como golpes secos de um pugilista no auge de seu condicionamento fisico.
- Eu devia ter ligado. - Disse Alex a si mesmo acertando sua própria testa com a palma aberta de sua mão.
Ele esquecera que era terça e que as terças a moça que ele estava vendo não ficava em casa, ela o havia dito o motivo algumas vezes mas ele esquecera tambem, tudo o que não envolvesse dominar aquela mulher entre quatro paredes não parecia ficar em sua mente por mais de alguns instantes.
Mas hoje ele queria outra coisa, e ela seria sua distração. Ele queria que ela fosse a protetora que o salvasse de seus próprios desejos, mas ela não era.
E hoje era terça.
- Foda-se tudo isso.
Ele andou por alguns longos minutos, procurando dinheiro nos bolsos de seus jeans surrados. Não achou dinheiro mas achou um cigarro, infelizmente ele não carregava fogo consigo.
- Mas que bela merda!
Alex tirou seu casaco preto liso encapuzado e deixou seus curtos cabelos loiros a mostra. Sua barba estava por fazer e ele usava uma camiseta branca lisa colada ao seu corpo levemente musculoso.
- Ei você tem fogo?
- Mais do que você imagina. - Uma mulher que aparentava estar na meia idade sorriu com malicia ao responder.
Alex simplesmente pôs o cigarro na boca e ela o acendeu com um isqueiro vagabundo.
Não trocaram muitos olhares e nem palavras, ele apenas acenou com a cabeça agradecendo e continou andando pelas ruas escuras e densas daquele suburbio.
O cigarro foi tão agradavel quanto o boquete daquela mulher parecia ser. Apenas uma distração sem muito prazer ou alivio real.
Alex caiu de joelhos no chão esperando que como em uma cena de filme dramatica, uma chuva densa caisse sobre sua cabeça e que seus gritos fossem abafados ou ao menos não soassem ridiculos.
Não chuveu.
E ele foi ridiculo.
Ele se levanta e finalmente se entrega a quem é. Anda sob as luzes dançantes e distantes da cidade com seus olhos cor de mel a procurar mais um. E ele acha.
Seu semblante muda e ele sente a excitação em seu sangue que ferve. Uma risada abafada é o som que o denuncia, mas antes que o homem que ele avistou o veja, ele o segura pela nuca e joga sua cara contra a parede o fazendo ficar tonto.
Ah sim, o homem que ele viu era um mendigo velho e gordo em pé perto de uma fogueira no chão.
Os próximos golpes são necessários ou quase essenciais. Deslocar os ombros, fraturar as costelas e quebrar o nariz sempre deixam o alvo indefeso a qualquer golpe posterior e Alex sabe disso.
Ele sorri ao ver o sem teto ir ao chão sem energia, e então ele o estrangula com um pedaço de pano tão velho quanto a repulsiva figura do homem semi morto.
Alex suspira aliviado ao ouvir o ultimo suspiro do homem. Mais um.
- Mais um.
Esse era o grande orgasmo da vida de Alex. Ver o que ele acha impuro se esvair diante de seus olhos. Como um brinquedo velho pegando fogo.
Seguiu o caminho de seu apartamento e tomou um longo banho quente. Pôs suas roupas pra lavar e colocou comida pro seu cachorro.
Sua campainha tocou e uma mulher estranha sorriu ao ver ele abrir a porta.
Ela tinha cabelos negros curtos e pele parda, seus labios eram bem desenhados e ela usava uma saia negra acima do joelho e uma blusa bramca sem mangas e sem decote, que não era apertada, mas seus seios eram volumosos o bastante pra deixar a blusa esticada.
- Você é ?
- Sua vizinha.
- Deseja algo... vizinha? - Ele pausou dramaticamente observando o corpo dela, suas coxas grossas se sobressaiam naquela saia.
- Seu cachorro anda fazendo muito barulho. - O sorriso desapareceu e a falsa gentileza dela desmoronou. Melhor assim, falsa gentileza não era a praia do jovem Alex.
- E quanto barulho ele vem fazendo exatamente?
- Você ta brincando né? Ele late a porra da madrugada inteira!
- Porque acha que gritar comigo é menos incomodo do que meu amiguinho de quatro patas?
- Grito pra você entender o que ele faz!
- Então você está agindo como uma cadela?
Ela corou de raiva e deu um tapa na cara dele com toda a força.
- Belo tapa, mas eu esperava uma mordida.
- Vai se foder seu babaca!
- Se quiser, ainda dá tempo de vir comigo.
Ela da outro tapa e se vira pra ir embora quando ele a segura pelo braço. E aproxima sua boca do ouvido.
- Acha que eu não sei o que você esta querendo? - Ele sussurra.
- Do que... você ... ta falando? - Ela hesita ofegante e assustada.
Ele põe a mão dentro da blusa dela e tira um par de preservativos do sutiã dela.
- Você sabe muito bem que meu cachorro não late. E você ja ouviu boatos sobre mim.
- Boatos?
- As pessoas acham que eu sou um carinha que está rodeado de mulheres.
- E não está?
- Me diz você. O que você acha?
- Eu acho que errei vindo aqui.
- Só é um erro depois que acontece.
- O que você quer dizer? - Ela se vira o encarando.
- Quero que você seja um erro hoje.
Alex puxa ela pela cintura e a beija com vontade, ela reluta no inicio, mas depois se entrega completamente.
Os braços dela enlaçam a nuca dele e ela pula com as pernas envolvendo a cintura dele, que por sua vez segura com firmeza suas coxas e a leva pra dentro de casa, fechando a porta com o pé.
Alex a carrega até a mesa da sala e deita ela na mesma levando os labios ao pescoço e dando chupões e beijos alternados. Suas mãos passeiam pelas coxas as apalpando e a moça vai suspirando e acariciando as costas dele.
Ele tira sua blusa e a ajuda a retirar a dela, por meio segundo eles se olham e ele dá um beijo cheio de desejo nela, levando as mãos aos seus seios.
Ela desabotoa o sutiã e ele tira e a levanta da mesa, levando ela pra cama, onde os dois terminam de se despir.
Então ela o coloca deitado e fica de quatro ao lado dele, começando a chupar ele bem devagar, passando a lingua por todo o membro e depois chupando a cabeça devagar, usando as mãos pra segurar e masturbar levemente.
Alex gemia baixo e acariciava a bunda dela que era maior do que ele pensava. Ela continuava chupando e tentava ir mais fundo a medida que aumentava a velocidade e força das chupadas, então ela tirou o penis da boca e deslizou a lingua até o talo, em seguida lambeu o saco devagar e voltou a chupar a cabeça de leve, terminando o oral com algumas linguadas nela.
Um beijo cheio de desejo entre eles fez Alex ficar por cima dela e ele começou a chupar os bicos dos seios dela, os deixando molhados, então ele distruibuiu beijos pelos seios e barriga, descendo até a virilha onde ele fez caricias nas coxas antes de começar a passar a lingua devagar pelo clitoris. Ele lambia devagar e ia acariciando devagar as coxas enquanto olhava pro rosto dela apreciando suas reações.
Com o tempo ele lambe mais rapido e começa a chupar o grelo dela com vontade pressionando ele com os labios e mexendo a cabeça levemente de um lado pro outro.
Os gemidos dela ficam mais altos e ele introduz dois dedos dentro dela.
Ele penetra devagar os dedos e ela geme ainda mais apertando os seios.
- Não para com essa boca, porfavor. - Ela mal falava de tanto que gemia.
Os dedos foram deslizando cada vez mais rapido e ele chupava com toda a força.
Ela se estremeceu acusando que ia gozar, e ele foi ainda mais forte com os dedos até ser todo melado por ela. Então ele chupou os dedos se deliciando do sabor.
- Quero que me foda. - Ela abriu as pernas o maximo que podia e falou bem manhosa.
Ele esfregou a cabeça no grelo e meteu fundo nela ,que gemeu ao sentir ele todo dentro de si.
- Me fode vai!
As estocadas ja começaram fortes e lentas, e ele segurava os pulsos dela, dominando aquela mulher que se contorcia embaixo dele.
- Isso, me fode assim.
Os corpos se colam e ele da chupões no pescoço dela fazendo ela gritar de tesão e começar a arranhar as costas dele.
Logo ele pega os pulsos dela retomando o controle e pede pra ela ficar quietinha, ela acena que sim com a cabeça e morde os labios. Ele mete com muita velocidade sem parar, olhando nos olhos dela e mandando ela ficar quieta. Ela morde forte os labios abafando os gemidos e se contorce embaixo dele violentamente.
Ele sai de cima dela e sorri pervertidamente.
- Fica de quatro.
Ela se poe de quatro, com a bunda empinada pra ele. Alex penetra com força agarrando aquela bunda volumosa que ele queria agarrar desde o momento que viu.
- Meu Deus, isso é tão gostoso! Me fode com força! Quero ser sua cadela!
Com vontade ele estapeia a bunda dela e segura seus ombros pra meter rapido.
- Fode assim, fode vai!
Ele vai devagar e com força se abaixando pra beijar a nuca dela, que estremece se arrepiando. As mãos de Alex agarram seus seios e por alguns segundos ele fica parado em cima dela os apertando.
Eles giram na cama e ela fica por cima dele, de costas pra ele e começa a cavalgar devagar rebolando nele.
- Que pau gostoso de cavalgar.
- Continua assim.
Ele agarra a bunda e da alguns tapas deixando a mesma vermelha.
- Me deixou bem marcadinha. - Ela gemia baixinho agora.
Alex se sentou na beira da cama com ela ainda no colo e agarrou seus seios com vontade, voltando a meter rapido nela que gemia alto novamente rebolando suavemente.
- Puta que paril que delicia!
Ele tirou ela de cima dele, e logo ela soube porque e se ajoelhou na sua frente.
- Na boquinha vai. - Ela pediu manhosa.
Ele começou a se masturbar e ela colocou a boca na cabeça do pau chupando com vontade até ele gozar na boca dela, que continuou chupando e engoliu até a ultima gota sem deixar nenhuma escapar.
Ela beijou ele e se deitou na cama.
- Quer algo mais vizinha?
- Posso dormir aqui?
- Acho que sim, sem problemas.
- Então estou satisfeita.
- Vou na cozinha, ja volto.
Ela fechou os olhos e acenou positivamente com a cabeça.
Alex foi ate a cozinha e viu seu cachorro comendo, então pegou uma faca e fez um corte no seu antebraço deixando o sangue escorrer e algumas gotas tocarem o chão.
Seu cachorro imediatamente parou de comer e ficou encarando ele. Alex se aproximou e fez carinho na cabeça do canino.
- Mais um.
O cachorro calado com a cabeça um pouco inclinada. Alex o olhou surpreso.
- O que há de errado amigão?
O cão latiu duas vezes e Alex sorriu balançando a cabeça positivamente e dando um beijo na testa do animal.
- Você tem razão...
Alex se levantou e fez outro corte abaixo do que havia feito antes. Então ele pegou um pano de prato e foi andando até o quarto.
- ... mais dois.

Conto de Terror #1

Nunca fui um enorme fã de armas, essas ceifadoras de vida feitas de metal frio não me trazem nenhuma excitação ou prazer, ao contrário das laminas e agulhas que estão presentes em minha vida desde que eu posso me lembrar.
Quem sou eu? Apenas um pedaço de alguem que nunca foi ninguem. Uma existencia fraca que daqui a poucos minutos não estará mais presente neste mundo.
Se ninguem ouve quando um homem puxa o gatilho, a morte dele faz som?
Você deve achar que tudo o que vou dizer a seguir é alucinação e coisa da minha mente debilitada de usuário de heroína, e eu espero que você esteja certo. Mas se por algum motivo isso for verdade, não deixe o mal entrar, nunca deixe o mal entrar.
Já se sentiu desprezado e humilhado? Destruiram você com palavras e atos constantes visando acabar com sua auto estima? Eu não. No periodo escolar eu era o rapaz que agia como um completo babaca, e era o que alguns chamam de bully ou valentão, apesar de ser um cara franzino e não ter ganhado sequer uma briga na vida.
Meu dom, por assim dizer, eram as palavras e a minha beleza que deixava as pessoas mais influenciaveis ao que eu dizia. Sabia que quanto menos contraste um rosto tem, mais confiavel ele parece?
Não sei exatamente quantas pessoas foram prejudicadas ou quantas vidas foram destruídas pelos meus atos, mas a que me fez sair do ensino médio foi a do Jesse.
Ele era exatamente um perfeito alvo, ele era gordinho, muito introvertido e inseguro... e gay.
A vida dele era um inferno e eu era o Diabo pessoal dele.
Expus suas poesias secretas destinadas a um outro garoto a toda a classe, fiz um outro rapaz se fingir interessado nele só pra conseguir fotos ridiculas nuas dele e espalhar por toda a classe. Entre essas e muitas outras, o meu ultimo ato contra este garoto foi juntar dezenas de absorventes e banhar eles com sangue de porco, colocar em um balde de metal enorme e jogar nele quando ele estava saindo de casa.
Foi dificil sabe? Ele estava muito traumatizado pelo lance das fotos e se isolou de qualquer contato. Mas eu era paciente e não tinha a menor vontade de deixar ele em paz. Ver as reações dele era meu vicio, todo aquele medo, aquele ódio reprimido, eu posso jurar que ele até devia ter desejos secretos por mim.
Depois disso Jesse pela primeira vez reagiu. Ele disse a todos nós como se sentia, escrevendo por toda a sala com sangue, não sei se era o próprio sangue dele ou de algum animal, porem o corpo dele estava cheio de cortes sentado sem vida em minha cadeira, com as palavras "PORQUINHO BICHA" escritas em seu peito.
Eu nunca pensei que aquela ridicula sala cinzenta cheia de cadeiras brancas tão limpas quanto a faxineira podia deixar e com aquele quadro negro de cor verde escuro fosco poderia parecer tão colorida com sangue. Queria eu poder enchergar aquilo como uma obra de arte, mas o porquinho bicha me fodeu. Pela primeira vez o desgraçado do Jesse acabou comigo.
Não que isso importe agora, mas eu tinha uma namorada. Ela era uma linda jovem com cabelos negros lisos e uma franja bagunçada, seus olhos refletiam o que estava no mais profundo canto de sua alma, e nossos corpos eram como encaixes quase perfeitos.
Ela não estudava comigo, e eu não era um monstro quando estava ao seu lado. De alguma forma havia algo nela que tirava o melhor de mim
Jesse acabou com isso.
Jesse acabou comigo.
Esse porquinho safado.
As coisas mudaram depois do suicidio de Jesse, minha vida sofreu um declínio gigante, e parecia que minha alma estava em uma constante queda sem nunca tocar o chão. Um loop infinito de desespero.
Terminei meu namoro, ou ele se terminou por mim. Ela era boa demais, se importava demais, e sua voz não saiu daqui. Ela nunca sai daqui.
Merda.
A heroína vem sempre dos amigos que surgem em becos escuros e baladas superficialmente felizes pra disfarçar o vazio interno que nós sentimos ao dançar sozinhos esperando que alguem venha e segure nossa mão.
As ruas da cidade grande nunca esvaziam. Nunca.
Minha lábia fez meus pais comprarem um apartamento pra mim, algo grande pra um jovem agora solitário, entretanto comum pra alguém com o dinheiro que eu tinha. Ou melhor, que meus pais me davam
Tudo reluzia no meu pequeno lugar para nada, os moveis pareciam ter sido escolhidos a dedo por mais um daqueles desiners gays com um padrão de gosto parecido, que encaram moveis e decoração como um tipo de arte desvalorizada.
Lembra-se do que eu disse? Não deixe a porra do mal entrar.
Minha ex me ligou naquela tarde de domingo. Não senti um pingo de remorso em sua voz, parecia só... ódio reprimido.
A conversa foi cordial mas não se estendeu por muito tempo. Ela tinha que ir.
Deitado foi onde eu ouvi bater. Bater suave e sem pressa. As batidas vinham do andar de cima, eu apenas amaldiçoei o maldito vizinho em silêncio e tentei me concentrar em outra coisa.
Bate. Bate. Bate. Bate.
Aquelas malditas batidas iam aonde quer que eu fosse. Não tinha um comôdo do apartamento onde eu não ouvisse batidas.
Decidi ir dar uma volta. Pro inferno meu vizinho e suas batidas.
Bate. Bate. Bate. Bate.
Ao tocar minha maçaneta eu caí no chão. Minha energia completamente se esvaiu de mim.
Porra.
Imaginei que fosse algum efeito colateral de qualquer coisa que eu tenha usado na noite passada. Até eu ouvir passos. Os passos eram violentos, mas as batidas que vinham de cima aumentaram a força pra se manter no ambiente.
Aquilo ja era um inferno, mas eu não aceitava a ideia do sobrenatural. Nada alem da porra de um efeito colateral de drogas pesadas estava acontecendo comigo, era o que eu dizia a mim mesmo.
Até eu ouvir aquilo.
Porquinho bicha.
Não seja idiota, não era o espirito do Jesse. Se existe um céu, Jesse está lá. Foda-se o fato do suicidio, ele não tinha muito a fazer, pobre porquinho.
As minhas palavras ecoavam pelo ar.
Pequeno porquinho.
Gordinho bicha.
Nunca vai ser alguem.
Tentei olhar pra direção de onde a voz parecia vir, era a porra da minha voz, porem a luz do ambiente foi sugada como se eu tivesse entrado dentro de um poço de pixe.
Lapsos de luz iluminavam uma figura ao longe. E era... tão longe. Minha noção de espaço não era das melhores, mas o apartamento definitivamente não era grande o suficiente para que aquela figura estivesse dentro dele.
A principio não conseguia entender o que era aquele borrão ao longe, mas a cada vez que a luz piscava em pequenas frações de segundo algo novo se mostrava mais facil de ver.
A figura não se aproximava ou se mexia, eu apenas a enxergava cada vez melhor. Sua silhueta era humana ou semelhante, usava um longo manto vermelho e seu pescoço era envolto por flores brancas, sua cabeça... ah sua cabeça... era uma cabeça de porco.
A figura se abaixou e pegou uma placa no chão, uma placa branca com a minha letra em vermelho sangue.
EU SOU SEU DIABO PESSOAL.
Gelei naquele momento, lentamente senti meu corpo ser chacoalhado pelos ombros e de repente uma mão atingiu meu rosto trazendo de volta a luz ao ambiente.
Eu estava na minha cama, e ela estava em cima de mim. Perguntou se eu estava bem. Queria saber o motivo dos gritos e porquê eu não atendi suas ligações.
Ela sabia abrir fechaduras e agora ela estava tentando abrir minha mente aos poucos, como uma cebola ela ia tirando camada por camada.
Discutimos por um tempo e eu nem me lembro o porquê. Também não fazia ideia de como de repente ela estava de volta na minha vida. E porque ela não simplesmente ia embora como devia fazer.
Eu expulso ela com palavras, mas estranhamente nossos corpos se conectam nesse momento.
Não imagine um beijo romantico, nem algo quente depois de uma discussão acalorada. Isso é mais estranho do que eu posso explicar.
Em poucos minutos estamos despidos e eu estou por cima dela, não com carinho, mas nada violento.
Era lento mas intenso, e continuamos nisso por longos minutos, os seios dela colados no meu peito e sua respiração ofegante no meu pescoço.
Talvez fosse o sexo que mantivesse ela aqui comigo. E talvez fosse ela a única que conseguisse me levar pra cama lúcido nesses dias.
Tudo era muito prazeroso e aqueles olhos me fitando cheios de desejo me faziam só querer ficar dentro dela o maximo que podia.
Ela se remexia embaixo de mim e eu a encarava acariciando seu corpo devagar.
E ai as batidas voltaram.
A penumbra voltou e eu fui ao chão. A risada era histérica agora e o meu diabo pessoal com cabeça de porco segurava o corpo sem vida dela pelo pescoço.
Merda. Merda. Merda.
O porco passeava com suas mãos pelo corpo dela devagar, e me olhava enquanto fazia isso.
Viadinho.
Jesse era um viadinho covarde.
Suicidas vão pro inferno.
Minhas podres palavras ecoavam.
O porco perfurou o ventre dela com uma longa lamina e expôs seus orgãos que caiam pra fora de sua pele, misturados a pedaços de sua carne e sangue, bastante sangue. Ele esfregou seu rosto imundo nas entranhas dela e a jogou no chão.
O filho da puta me encarou e eu juro por Deus que eu vi ele sorrir. Ele rasgou uma parte de seu manto, perto do que deveria ser a pélvis de um homem e pôs pra fora o que parecia um penis.
Merda. Merda.
Ele fez, sim ele fez com ela. O filho da puta violou o corpo dela enquanto eu assistia, e meu Deus, eu vi ela se contorcer, eu ouvi os gemidos dela... eu ouvi ela chamar o meu nome.
Tudo virou apenas penumbra.
E então luz.
Eu estava no meu banheiro, completamente banhado em sangue, e tinha algo escrito no espelho.
EU SOU SEU DIABO PESSOAL.
Andei ate o quarto com as pernas tremulas e uma sensação indescritivel passando por todo meu corpo. Algo terrivel.
Havia uma mulher na minha cama, dilacerada, orgãos expostos e pedaços de sua carne e sangue espalhados em meu lençol.
Não era ela. Eu não atendi o telefone.
Era alguem que eu não lembro inteira, mas agora vou levar seu rosto pro tumulo comigo.
Agora estou aqui, imaginando no que ela teve a ver com aquilo. Ela ela você entende? Aquela! Não uma qualquer como a que morreu.
Ela me olha de longe. E eu apenas sorrio de volta.
Jesse seu porquinho imbecil... parabens.
Ela sorri.
Se ninguem ouve quando o mal domina você...
O diabo faz som?

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Me abandone aqui no tédio.


Estaria o tédio ligado ao nada?
Ou tédio é apenas uma ligação ao nosso nada?
Ou pior, sera que o tédio não significa nada?
Nada eu sei

Onde o sol não se põe
Eu ponho minhas mãos no pescoço dela
Ela me olha sem a paixão antiga
Estamos entediados?

Eu sorri aos céus
Quando lavei a alma com as lagrimas celestiais
Ah o sujo se tornar limpo é degradante

Seu tédio tem nome
E até já causou insonia
Mas hoje nada ele é
E assim como eu, vamos dançar em torno do nada

Apenas mundo.

Quem é que dita o destino dos não vivos?
Um babaca sutil
Um dos nossos
Meu grande amigo retardado

Olá senhor
Poderia anotar sua doença?
Vai querer pra viagem?
Ou prefere morrer lentamente na nossa frente?

A luz se apaga
Mas a porra do teatro continua
Foda-se a estrela principal
Ou melhor foda-se todo o maldito céu

Não contarei mais esses dias
Mentiras enlatadas e venenos saborosos
Me ponha embaixo do tapete
E não se esqueça de limpar os pés

Eu canalha.

Eu quis enfiar a porra do meu rosto naquele vaso e dar descarga
Literalmente, nada de figuras de linguaguem estupidas
Se a poesia e o teatro såo arte
Posso atuar dentro dos meus versos?

Existe diferença entre a mentira artistica e a casual?
Onde fica a linha que separa o canalha do artista?
Não que isso seja essencial

Sou um canalha 
E ajo como um artista
Um artista meia boca e sem profundidade
Há qualquer coisa em meus versos?

Eu só queria jogar fora
Tudo o que por dentro vem quebrando a essencia da minha alma vadia
E suspirar aliviado por não me encontrar novamente com a garota atras da porta

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Seja fértil.

A flor desperta em mim
Não era assim quando chovia
Seria este copo imundo
O lugar fértil para esta flor?

Ah, o meu orgulho
Estou orgulhoso em ser fértil
Pro inferno os limpos e cristalinos!
Sujo e fértil serei eu

Os olhos dela não me amam mais
Ela odeia a beleza da flor
Eu não poderia amar ela nem se eu me odiasse mais
Adeus minha querida criança

Não sou mais juiz
Mas estou sendo um pássaro
E deixo que a flor guie minhas asas
Tenho orgulho de ser fértil e sujo.

Fim?

Este é nosso capítulo final
Tão longo quanto devia ser
Que culpa o destino tem, quando o fim é um mero acaso?

No mundo não há nada que conforte este momento
A corda azul aperta tanto
E seus dedos não são fortes o bastante pra se segurar

Marque a minha segunda alma
Me faça sangrar
Mostre a eles a força que um momento pode ter

Assim foi e assim é até o fim
Dance comigo uma última vez
Este é mesmo nosso último capítulo?
Não poderia esperar nada mais

A perfeição.